queria um contorno desaparecido entre as palavras e os corpos
e as bombas que jogam e o chão em que caem
os poucos que buscassem saudosos o contorno logo esqueceriam
contemplando as cores largas mergulhadas na matéria livre
aí o anseio
insistente de não viver
o dia ao contrário poderia naufragar
docemente como num poema italiano que a lembrança
não aparece mas que eu lia e me fez
uma vez sentir assim
quarta-feira, 30 de julho de 2014
quarta-feira, 2 de julho de 2014
terça-feira, 1 de julho de 2014
Pergunta
no mínimo da pedra da estátua
um som se produz pelas partículas
e ecoa no meio do movimento
de elétrons prótons e nêutrons
se o vazio da pedra é o mesmo
que existe entre as células líquidas
que percorrem meu corpo enquanto
eu penso na morte da matéria
existe no duro da estátua
um vento de dúvida igual
ao que me sopra através da vida?
e eu tenho guardado no meio
orgânico corpo agitado
algum pétreo, pacífico, silêncio?
um som se produz pelas partículas
e ecoa no meio do movimento
de elétrons prótons e nêutrons
se o vazio da pedra é o mesmo
que existe entre as células líquidas
que percorrem meu corpo enquanto
eu penso na morte da matéria
existe no duro da estátua
um vento de dúvida igual
ao que me sopra através da vida?
e eu tenho guardado no meio
orgânico corpo agitado
algum pétreo, pacífico, silêncio?
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