segunda-feira, 27 de março de 2017

eu e o medo

a cada momento
nasce um novo medo

ele me olha, medonho
e treme amedrontado

é que nem todos os filhotes: indefeso
e o mundo é dele

eu saio correndo e o medo vem atrás
me querendo

até que ele cresce
tanto que eu nem o vejo
e vai viver sozinho

o mundo é habitado
por medos emancipados

eu fico tranquilo
andando entre eles
não tenho mais susto

até que à frente
(até tinha esquecido!)
outro medo aparece

e a gente começa
tudo de novo

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