Em cidade estranha
no ônibus, eu atravesso
em olhos a janela em busca
de olhos alheios que me digam
você está aqui
estrangeiro
E agora, nesta cidade repetida
todo dia em sonhos de fuga
e apocalipse, que
olhos eu vejo me vendo, dizendo
você também
é estranho
e é o mesmo
Viajamos por dentro
dos glóbulos das ruas do mundo
e nem sempre
nós vemos
os indícios
da viagem
Caras flutuando sobre roupas,
anúncios de juros e de jóias,
pessoas que poderiam
mas nunca estarão
nas nossas bocas
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