sexta-feira, 29 de julho de 2016

alguém olha as praias no passado

o tempo
que eu tenho
não chega

à margem
outra
do mar

mal chega
à idade
da árvore

grande
o bastante
pra ser feita

barco:
eu morro
antes

sonhando
quais
serão as plantas

pessoas
comidas do outro
continente

pensando
quais
pesadelos

de dor
dirão aos meus netos
quem dera

vocês
não tivessem saído
da praia

aquela
em que seus avós
supuseram

o futuro
não valeu
essa pena

quem dera eu pudesse
nas outras praias
chegar

sem ter
o arrependimento de ter
chegado a esta

encontrar
o sonho
vai ser

o melhor motivo
pra dormir

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