lá
na fronteira
do conhecido
sobe
um abismo
inescalável
membrana
de meleca
uma bolha
se veem
através dela
borboletas
carnívoras
de carne
inexistente
aguardam
o primeiro
que se atreva
depois delas
outras bolhas
de meleca
quicam
umas nas outras
e flutuam
sempre
que se chocam
essas bolhas
matam
inumeráveis
borboletas
e se sujam
da meleca
da outra
bolha
de meleca
marmórea
a fronteira
assim
se mistura
à fronteira
que não
era sua
as borboletas
carnívoras
famintas
assistem
um universo
sem fronteiras
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