diário de quando tudo já virou diário
a poeta morta de trinta anos atrás previu tudo o que estes últimos trinta anos seriam
calhou de eu viver nesse tempo e agora tenho a idade que ela tinha quando se matou
e pela primeira vez em trinta anos as janelas não me atraem
que farei
com estes dedos esta tendinite este talento todo jogado pelo ralo
da psicanálise e do desejo assalariado
intenção de concatenações lógicas que farei sem deus meu deus sem morte
sem a finalidade inovadora dos blogues
perdido o bonde da geração penso ufa dessa me safei
agora ando no acostamento pensando tomara que quando eu chegar em casa
haja casa
destroços de parede pisoteados por renascidos dinossauros
e ovos que estalem emocionados manhã sentido da vida
seja tudo uma janela
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