segunda-feira, 11 de julho de 2016

diário de quando tudo já virou diário

a poeta morta de trinta anos atrás previu tudo o que estes últimos trinta anos seriam

calhou de eu viver nesse tempo e agora tenho a idade que ela tinha quando se matou

e pela primeira vez em trinta anos as janelas não me atraem

que farei

com estes dedos esta tendinite este talento todo jogado pelo ralo

da psicanálise e do desejo assalariado

intenção de concatenações lógicas que farei sem deus meu deus sem morte

sem a finalidade inovadora dos blogues

perdido o bonde da geração penso ufa dessa me safei

agora ando no acostamento pensando tomara que quando eu chegar em casa

haja casa

destroços de parede pisoteados por renascidos dinossauros

e ovos que estalem emocionados manhã sentido da vida

seja tudo uma janela

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