sábado, 23 de setembro de 2017

caverna

desconheço esses intestinos que trago dentro
são uma espera de correspondência
entre a minha mais tripa e os livros de anatomia

quem sabe tenho flores ou faíscas
no lugar de linguiça
quem sabe são serpentinas
minha fábrica de fezes

corpo pra que te quero
se não reconheço
agradeço
outro mistério

*

o escuro que trago dentro
pode ser luz
presa

o enjoo do pós-remédio
um barco
atlântico

a fome quando não como
um homem
incômodo

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