sábado, 23 de setembro de 2017

diário

a gente vive um tempo que não sabe. faz calor e o chão é uma ameaça. a qualquer momento tudo pode ruir ou se romper ou estourar. mas nada ocorre. aos poucos as pessoas vão ficando calmas. se olham e perguntam: então estamos vivos? e se matam. não todos, não ao mesmo tempo. a morte é um exercício. dois continentes de plástico se formam no oceano pacífico. as correntes marítimas são realidades tão distantes. um parente tem câncer, outro é atropelado, a vida: uma antessala. que vai dar em lugar nenhum, então aproveite. imenso e impiedoso agora. ricochete.

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