posso pensar átomos tocados pela língua
e rotações desta Rocha imaginária
em torno do próprio eixo, posso pensar
suas pernas abertas uma porta, entrar por elas
na casa exposta às tempestades do Tempo
nossos sonhos destelhando-se e nos deixando
sem o abrigo do látex e da potência
uma guerra entre vírus e Gulliver
amarrado entre tochas e o tempero do churrasco
nós dois separados e entre nós outros tantos átomos
que por acaso não formaram esta língua que eu passo
nos dentes trincados na gengiva que sangra
ó Big Bang Misterioso Acaso Deus Criador
Começo Inalcançável e Múltiplos Fins Imaginados
os físicos perscrutam vocês nas frestas do conhecimento
e enchem minha cabeça de mitos que remetem a mim mesmo
enquanto a língua áspera e as hemorroidas insistem cuidados médicos
e a Morte sussurra à porta sem pressa testando as chaves
encontrar uma pista de pouso entre as cordilheiras fechadas do Dia
suas pernas abertas sem átomos ou medo ou movimentos planetários
eu rezo pra que as feridas nunca nasçam na sua pele com cheiro de gente viva
a batalha é uma dança dói ela só termina quando for vencida
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