sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

batalha

O exército de minutos que o dia manda
em seus ponteiros e pixels invisíveis caindo chuva de chumbo nos ouvidos nos nossos ombros
abrem sete bocas a cada uma que entopem
com os comprimidos e a comida e a previsão de médicos limpos
de uma vida de látex e aids inocente

Eu sinto
cada um desses minutos marchando na capa gorda do fígado
escondido entre as orelhas de uma enxaqueca que compartilho
com
cada
um
dos meus
contemporâneos

Também eles às voltas com vírus
com sorrisos estéreis embaixo de máscaras impotentes
contra o gás carbônico que o chão sendo queimado expele na esperança
de nos
matar
a todos e retomar o império dele de fóssil inútil camadas de mucosas
decompostas, sete bilhões de pessoas
punidas por Deméter com um desejo
infértil

Memória
de ponteiros que desciam uma lâmina
de justiça sobre a nuca dos medos
jamais
esses ponteiros
venceram

Relógios esperas abraços de morte das mães meu fígado
assassino e minha cabeça
explodindo competem
pra saber quem será digno
de que eu diga
seu Nome.

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